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O Parque Multimodal do Choupal é um conceito urbanístico que consideramos ser urgente concretizar, de forma a permitir que Coimbra possa explorar e desenvolver todo o potencial socioeconómico que possuí. Com a chegada do serviço de alta velocidade ferroviária a Coimbra, é necessário posicionar a cidade e a sua região num elevado patamar de competitividade global.

 

Num primeiro olhar, pode parecer irreal a possibilidade de se poder operar uma significativa transformação social e económica na cidade, com a criação de um parque urbano de 49 hectares. Mas esse desiderato parece-nos evidente atendendo, precisamente, às características que se defendem para o parque urbano que Coimbra tem agora oportunidade de criar.

As normais funções de um parque urbano deverão, todas elas, encontrar-se presentes no Parque Multimodal do Choupal, possibilitando a prática de atividades de lazer e desporto devidamente infraestruturadas, com padrões elevados de comodidade prevendo-se a sua utilização massiva por todas as faixas etárias, todas elas envoltas e envolvendo maciças e variadas quantidades de espécies arbóreas, arbustivas e outras espécies de revestimento térreo. Porém, neste Parque Multimodal do Choupal deverão existir outras funções que não são nada habituais encontrar, todas juntas, num parque urbano desta dimensão. Serão mesmo funções únicas e não explorar o seu potencial em benefício da sociedade futura que queremos ser, seria a demonstração de uma total ausência de visão estratégica na gestão da coisa pública.

A primeira destas funções, já existente, mas que deve ser substancialmente melhorada: uma Mata Nacional com 80 hectares, aberta ao uso público e com uma frente fluvial de 2,5 km do maior curso de água exclusivamente português. Uma mata cuja designação, além de ter cunhado toda a sua envolvente, é uma marca forte nas sociedades que falam a nossa língua: Choupal, há décadas, só há um. Com a intervenção global que propomos pretende-se que a Mata seja regenerada garantindo o usufruto público de toda a sua extensão mas retirando do seu perímetro, para territórios seus vizinhos, todas as instalações e todos os usos desconformes com políticas restritivas de conservação da natureza. Instalações do ICNF, campos de jogos e seus balneários, assim como instalações de restauração e bebidas deverão ser deslocalizados para a área vizinha do Parque Urbano.

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A segunda função, e que não existe ainda: a nova Estação de Coimbra, o hub de mobilidade da região, com serviço urbano e interurbano, assente em comutações suaves, metro-bus, rodovia e ferrovia. A sua frente poente, na qual as suas zonas de permanência devem primordialmente ser localizadas, numa relação de forte interpenetração com o parque urbano que defendemos ser criado.
 

A Estação de Coimbra garantirá a articulação funcional entre vários modos de transporte coletivo e individual que sobre ela se interconectam. Genericamente, podemos afirmar que a estação proposta concentra todos os meios rodoviários de acesso ao edificado nas frentes Nascente (Monte Formoso/Loreto) e Norte (Loreto/Campos do Mondego), libertando de rodovia toda a sua frente Poente, garantindo assim uma total interpenetração interior/exterior entre partes do edificado da estação, as destinadas à permanência, mesmo que fugaz ,dos seus utilizadores, e o Parque Urbano acima proposto.

Para alcançarmos este desiderato, assim como o de garantir a racional e expectável expansão do Metro Bus para Norte, procedemos a uma alteração altimétrica de vulto em toda a vizinhança nascente da estação, possibilitando a criação da Praça da Estação na qual, funcionalmente, o Metro Bus e os autocarros urbanos farão paragens, os táxis e TVDE terão locais para tomada e largada de passageiros e na qual haverá baías para “kiss & ride”. Do ponto de vista urbanístico, esta praça, será uma verdadeira entrada rodoviária Norte na cidade, com a estação ocupando toda a sua frente Poente e com vários edifícios habitacionais, comerciais e de serviços nas suas frentes Sul, Nascente e Norte. Desta praça para Norte e até à Lufapo (à mesma cota que a praça da estação e que a via férrea), abrir-se-á uma via com caráter eminentemente funcional, garantindo diferentes possibilidades de conexão. Na secção Nascente desta via implantar-se-á uma rampa, com pendentes tecnicamente admissíveis e respetivo muro de suporte, que garante a chegada do Metro Bus ao Loreto e Relvinha e daí a sua continuidade para Eiras. Junto ao muro do suporte segue uma faixa rodoviária em direção à Lufapo, no centro implantar-se-ão quatro faixas, duas em cada sentido, que gradualmente se transformam-se em túnel sob a via férrea, garantindo, em conjugação com uma reformulação da rotunda da Academia Briosa XXI, a conectividade necessária quer ao terminal rodoviário interurbano e internacional, aos parques de estacionamento e a todas as cargas e descargas de produtos e encomendas que a estação intermodal acarreta, quer à EN 111-1, vinda da Geria. A Poente, esta via, encostada ao alçado Nascente do volume da cobertura translúcida e fotovoltaica dos cais ferroviários, implantar-se-á a faixa de retorno da Lufapo para a “praça da estação”. Na Praça da Estação, a sua generosa parte central será ocupada pela entrada Poente na estação, complementada com o assentamento dos acessos mecanizados ao seu átrio-corredor-ponte, e pelos cais de acesso ao Metro Bus.

Este átrio-corredor-ponte, constituí-se como o edifício central da estação, sendo aí instalados todos os sistemas de bilhética e espera ferroviários. Na sua secção Poente dará acesso a três corpos edificados: A Sul, um edifício de três pisos, abrindo para o Vale do Mondego, com o Parque Urbano a seus pés, destinado a um Centro de Negócios e Alimentação, a Norte, encostado às vias férreas, o Terminal Rodoviário e todas as instalações associadas à logística, funcionamento e manutenção da Estação de Coimbra, bem como instalações operacionais dos gestores das infra-estruturas ferroviárias (IP e futuro concessionário da Alta Velocidade) e finalmente, a Norte, mas interligado com o Parque Urbano, o Instituto Ribeiro Teles, adiante descrito.

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A terceira função, é um desafio nosso à Academia e à Câmara Municipal: replicando o Instituto Pedro Nunes, o desafio de criarem uma instituição dedicada à transferência de conhecimento e tecnologia para as empresas na área da renaturalização territorial e construtiva e naquelas que se enquadram na estratégia do “crescimento verde”, garantindo a incubação de empresas e assegurando uma área de cerca de 3 hectares ao ar livre para que as suas inovações sejam testadas e apresentadas.

Propõe-se a designação de Instituto Ribeiro Teles e esta instituição deverá implantar-se na fachada noroeste da Estação de Coimbra, funcionando como filtro entre o parque urbano e o tráfego rodoviário que o hub de mobilidade acarreta, estendendo os seus braços em direção a poente, abraçando e sendo abraçado pelo Parque Multimodal do Choupal, do qual será parte integrante.

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Napur Architect Kft

No Século XVI, Pedro Nunes, Cosmógrafo-Mor do Reino, insigne matemático, interessado em várias disciplinas como habitual ao tempo, Catedrático de Matemática da Universidade reformada de D.João III, distinguiu-se entre os seus pares não só pela sua produção e divulgação científicas, mas também pela sistemática realização de transferências de saber para a vida prática. Um verdadeiro transferidor de conhecimento para a sociedade, responsável pela criação de vários aperfeiçoamentos da vida náutica.

No final do Século XX, a sua Universidade de Coimbra, entendeu que o seu instituto vocacionado para a transferência de saber para a sociedade deveria ser batizado com o seu nome. Vinte e cinco anos passados, é total a unanimidade nacional e internacional sobre o sucesso comparativo da sua missão. Localmente, os benefícios económico-sociais, que a sua existência providenciou à sociedade coimbrã, são de tal forma avassaladores que hoje somos levados a propor a sua emulação numa nova organização sediada em Coimbra e assumidamente assente no seu modelo de funcionamento, apenas vocacionada para uma área de aplicação mais restrita, apesar de aplicável a toda a sociedade. Propomos que a Universidade de Coimbra lidere a criação de um instituto de investigação, transferência de saber e de capacitação empresarial para toda a área da sustentabilidade. Atendendo a que as necessidades experimentais e de demonstração nesta área necessitam parcialmente da exposição aos elementos geofísicos torna-se necessário que as suas intalações disponham de amplas áreas exteriores. Pareceu-nos a nós, pela grande centralidade nacional e internacional que o território de Coimbra adquirirá com a sua conexão à Alta Velocidade na vizinhança do Choupal, que esta função deveria integrar desde o momento inicial o programa funcional de toda a vasta área na qual a Estação de Coimbra se irá implantar.

Gonçalo Ribeiro Teles, como é amplamente reconhecido, foi uma personalidade precursora na defesa dos valores da sustentabilidade, décadas antes de esta área científica e social se ter convertido num desígnio civilizacional. Actuou sempre com o contributo de cientistas e outros profissionais, procurando sempre aplicar os princípios em que acreditava através de uma permanente ação política. Não tendo ele qualquer relação com a cidade e a academia coimbrãs, entendemos que não deve ser essa realidade impeditiva da adoção da sua personalidade para designar uma instituição como aquela que defendemos dever ser criada pela simples razão de que a sociedade em que hoje vivemos é uma sociedade cujas dinâmicas globais e de mobilidade não se compadecem com localismos e também, porque ao defendermos a criação do Parque Multimodal do Choupal, sabemos estar a gerar territórios pelos quais esta grande personalidade do nosso Século XX sempre se bateu.

Este Instituto Ribeiro Teles deveria avançar imediatamente, agregando várias instituições presentes no nosso território e procurando desde já as fontes de financiamento disponíveis nos apoios públicos em curso, nomeadamente os integrados no The European Green Deal e no New European Bauhaus.

A quarta função, é aquela que um equipamento previsto em sede de PDM encerra: uma sala de eventos e espetáculos desportivos e culturais de grande dimensão, com uma relação franca e quase total imersão no parque urbano, a uma distância de 270 metros da frente poente da Estação de Coimbra, garantindo elevadíssimos padrões de mobilidade às multidões que a ele se dirijam.

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Bratke and Matthijs la Roi Architects

A localização de Coimbra no todo nacional favorece de sobremaneira a sua escolha para a realização de eventos que exerçam atração sobre vários universos da população portuguesa. O Convento de São Francisco tem acolhido com regularidade iniciativas de entidades de âmbito nacional que não estando sediadas em Coimbra, têm-se rendido à comodidade proporcionada pela centralidade de Coimbra. Com a entrada em funcionamento da Rede de Alta Velocidade, essa realidade será altamente exponenciada. Sendo evidente que toda a cidade e as suas instituições se devem posicionar nesse contexto, torna-se clara a vantagem da região possuir um edifício que possa acolher eventos culturais, desportivos ou institucionais de dimensão que ultrapasse a capacidade de acolhimento do Convento de São Francisco.

Além da indiscutível utilidade de inserir este equipamento na vizinhança próxima da Estação de Coimbra, a inserção de ambas as valências numa amplo território infraestruturado ao ar livre potencia e qualifica todas as utilizações.

E, finalmente, apesar de ser a primordial, aquela função que é a soma de milhares de funções que todo o Centro Histórico de Coimbra com todas as suas potencialidades e realidades multifacetadas proporciona a todos nós:

são realidades como – na adjacência Sul do parque urbano que propomos – o novo Passeio Aeminium, funcionando como espaço de deleite paisagístico, mas também como canal privilegiado de comutação urbana suave entre a Estação de Coimbra, a Baixa e outras zonas da cidade;

ou como milhares de anos de história com registos musealizados de forma contemporânea e erudita;

ou como um conjunto edificado sedimentado ao longo de séculos de forma globalmente harmoniosa, com a orografia que o acolhe.

ou como um conjunto alargado de comércio e serviços que procuram vivificar as ruas onde se implantam;

ou como uma Universidade pluricentenária, onde investigação de ponta acontece quotidianamente, em contextos materiais e imateriais declarados Património da Humanidade;

Realidades que precisam, no contexto de afirmação estratégica de Coimbra, de ver também urgentemente decidida a criação de uma vasta área de conforto pedonal no Centro Histórico de Coimbra, já defendida publicamente, a qual é agora passível de extensão até à Mata Nacional, à Estação de Coimbra, ao Instituto Ribeiro Teles e ao Multiusos, pela criação do Parque Multimodal do Choupal. A nova marca territorial de Coimbra.

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Para a execução desta nova realidade em Coimbra será necessário proceder a grandes correcções altimétricas e a expropriações na área a Nascente da actual Estação de Coimbra B e ainda a Norte da Lufapo. Além da demolição do viaduto do IC2 ao longo da Rua do Padrão, a plataforma na qual o actual IC2, desde a passagem superior à Rua de Mira (Estrada de Eiras/Bairro da Rosa) até ao viaduto a demolir, será progressivamente rebaixada até chegar à cota da proposta Praça da Estação. Todas estas operações, quer por razões de ordem técnica, relativas ao domínio da conformação de taludes, quer por razões de ordem financeira, relativas a expropriações e a compensações, necessitariam sempre de que fossem encontradas soluções de carácter imobiliário para o seu co-financiamento. No entanto, os autores desta proposta consideram que são múltiplas as razões de outro tipo pelas quais a proposta que fazem assenta na criação duma densidade edificativa elevada na área a nascente da ferrovia e no prolongamento da Avenida Fernão de Magalhães. São razões que se prendem com a necessidade de Coimbra necessitar rapidamente de disponibilizar áreas brutas locáveis consideráveis a empresas que se pretendam localizar num território de excelência como aquele que podemos almejar Coimbra dispor a curto-médio prazo. São razões que se prendem com a resposta habitacional às necessidades dessas novas localizações empresariais mas também àquelas que advém da bacia de mobilidade desta zona da cidade se aproximar de muitos outros locais de trabalho no país, sobretudo daqueles que são exercidos em modo híbrido. E finalmente, porque sendo alguns destes terrenos públicos, mais facilmente poderão integrar o tão desejado esforço nacional de criação de mais parque habitacional público ou de soluções habitacionais com incentivo financeiro público.

Para que se tenha uma ideia da ordem de grandeza dos parâmetros urbanísticos das propostas de edificação que no conjunto desta área a nascente do parque urbano apresentamos, referiremos que são propostos cerca 120.000 m2 de área bruta de construção destinada a habitação (aproximadamente 1000 fogos), 54.000 m2 de área bruta de construção destinados a funções comerciais e terciárias, que poderão representar a capacidade acolher cerca de 10.000 novos postos de trabalho.

 

A materialização da proposta aqui apresentada corresponderá à criação de uma nova e importante centralidade na cidade de Coimbra, equilibrada do ponto de vista urbanístico, com atratividade regional, nacional e internacional, exponenciando em muito o simples efeito positivo da presença da alta velocidade em Coimbra.

 

Apelámos à sua subscrição pública!

FERROVIA

CHOUPAL

ÁREA DESPORTIVA

CIRCULAR INTERNA

COMUTAÇÃO SUAVE

METRO BUS

 

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ICNF

AGÊNCIA NACIONAL COMBATE À SECA

ANEL DA PEDRULHA

NAVE MULTIUSOS

INSTITUTO RIBEIRO TELES

ESTAÇÃO RODOVIÁRIA

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA

PRAÇA DA ESTAÇÃO

METRO BUS 

EXPANSÃO NORTE)

TÚNEL NORTE/ CIRCULAR INTERNA

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